Com o objetivo de divulgar a universidade, realizamos uma entrevista com o Diretor da UEG Câmpus Uruaçu, questionando-o sobre a universidade em questão política, social e econômica. Qual a importância da universidade para a comunidade local.
1- Fabiana: Qual a importância política levando em consideração a
localização da UEG-Campus Uruaçu?
Diretor Edson: é um prazer conversar com você e
poder falar um pouco sobre a UEG (Universidade Estadual de Goiás). A
importância política é fundamental, primeiro que Uruaçu é uma cidade pólo, pois
está em uma posição geográfica muito privilegiada, sem contar o seu potencial
de formação. A Universidade atende todas as cidades da região, recebe alunos de
12 cidades circunvizinhas, formando seres humanos melhores a mais de 23 anos.
Levando também em consideração à antiga FECLU (Faculdade de Educação, Ciências
e letras de Uruaçu), que era a faculdade isolada que existia antes da UEG.
2-Fabiana: O que mudou da FECLU para a
UEG? Foi somente o nome, ou teve algo a mais? E sobre mudanças o que o reitor
quis prover quando modificou Unidade para Campus?
Diretor Edson: Quando se tem uma faculdade
isolada ela tem uma obrigação constitucional
menor, ou seja, tem o compromisso apenas de ensino, formar profissionais em
áreas nas quais eles são habilitados. No momento que se transforma uma
faculdade isolada em Universidade ela agrega na instituição o objetivo de
produzir ensino, pesquisa e extensão com o potencial de uma instituição muito
mais sólida e forte para a região. Essa foi a grande mudança, que permiti com que
esta esteja ligada a toda rede de ensino Publica no Estado de Goiás. A
transformação do nome de Universidade para campus é uma mudança semântica em
termo de palavra, mais que tem um potencial político muito grande, pois a
Unidade em si carrega uma idéia de fragmentação, ou seja, cada unidade estaria
separada. O campus é uma UEG só que está em diferentes lugares, sendo assim,
trabalha com a totalidade.
3 - Fabiana: Quantos cursos tinham na fundação, e porque foram tirados? A
risco para algum curso atual (Ciências Contábeis, Pedagogia e História) serem
removidos do campus, se sim qual colocaria no lugar? Ou não colocaria e por
quê?
Diretor Edson: Na fundação da FECLU, havia dois
cursos que eram ciências contábeis e pedagogia. Naquela época o curso de
pedagogia tinha duas habilitações, a de administração e a docente, porem em
1990 acabaram essas turmas divididas. Quando a UEG se tornou a Universidade foi
agregado o curso de historia. Nesse período desde sua fundação, havia cursos de
licenciatura plena parcelada, que era para a formação de professores para a
rede publica isso quando a LDB exigia que todos estes tivessem formação
superior, e a UEG atendeu a essa demanda. Tiveram muitas turmas de pedagogia
por causa da licenciatura plena Estadual, Federal, Municipal, e cursos de
letras, geografia e Educação Física. Vários professores se formaram por esse
grande projeto que é fundamental para o desenvolvimento do Estado. Esse curso
era de caráter emergencial, acabou sua necessidade ele foi fechado. Existiam
também os cursos seqüenciais que eram gestão de saúde, gestão publica e gestão
de agro negocio, com uma formação rápida no prazo de dois a três anos, o que o
torna intermediário entre o curso técnico e o bacharelado. Eram importantes,
porem passageiros, pois não habilitava que a pessoa prestasse concurso, por
este motivo foram abandonados, e a Universidade não os abriu novamente.
Lembrando que havia cursos de especialização que em alguma época eram pagos, porem
nos últimos três anos são gratuitos, gerando cinco turmas no campus, duas em
Niquelândia e três aqui em Uruaçu, estes de docência no ensino superior,
ensino, de história e educação infantil. Não há previsão para o fechamento de
nenhum dos cursos, o que nós temos é protocolado na UEG o curso de direito que
já está em estágio avançado. Joaquim Mesquita que e o secretario da SECPLAN,
divulgou em nota que há um encaminhamento do governo para que tenha um concurso
para professores de Direito, serão 5 para o nosso campus. Esse curso não está
condicionado com o fechamento de nenhum outro existente na Universidade, e sim
a abertura deste no período matutino para atender a uma demanda de ociosidade.
4- Fabiana: Estava olhando umas fotos antigas e vi que antes o campus
tinha Centro acadêmico (CA) e Diretório Acadêmico (DA). Por que foram
retirados? A uma mudança, avanço ou retrocesso em relação aos primeiros
estudantes e aos que se tem hoje?
Diretor Edson: Nem eu e nem a professora Marli
nunca impedimos a abertura do centro acadêmico e diretório acadêmico. Isso é
uma concepção minha muito consolidada de entender que o movimento estudantil,
deve surgir dos estudantes e partir deles. Eu sou completamente contrário à
ideia de um projeto como esse ser criado pela gestão. Os estudantes devem se
organizar e ter um centro acadêmico forte, e não o diretor escolher alguns
estudantes para montar o DA. Por isso estamos há algum tempo sem esses órgãos.
Isso não quer dizer que não haja um interesse por parte da direção, todas as
vezes que foi solicitado nos demos todo o apoio. Inclusive nunca tivemos
coragem de retirar o a sala do CA, nos disponibilizamos ela para uso de
computador e impressora para que os alunos fizessem suas atividades. Mas
infelizmente nós precisamos da mobilização estudantil, uma prerrogativa por
parte dos estudantes, o que eles precisarem para montar esse espaço nos iremos
trabalhar para conseguir, no caso de buscar ajuda da reitoria para que haver um
treinamento jurídico. O que não vamos fazer, é montar a chapa desses órgãos.
5- Fabiana: Sou nova aqui na universidade o que
são aqueles vergalhais ali no meio do pátio? Era alguma construção com
benefício para o campus? Se sim, o que houve que não foi terminado?
Diretor Edson: Aquelas arestas de ferro era
parte da estrutura da construção de uma rampa de acessibilidade. Hoje um dos
grandes problemas que eu tenho como gestor é a dificuldade de salas de aula
para alunos com deficiência, pois não temos salas suficientes aqui no piso,
tivemos que transferir o laboratório para a parte superior, para ter uma sala a
mais aqui. O que ocorre e que a empresa que era responsável por essa construção
faliu e deixou a obra inconclusa. Temos um processo administrativo dentro da
UEG para resolver essa questão, a retirada daquelas arestas do centro do pátio,
porém é algo trabalhoso.
6- Fabiana: Como está o quadro de professores e técnicos administrativos efetivos e
contratados, comparando com o começo da FECLU para a UEG hoje 2017?
Diretor Edson: O
avanço é gigantesco, para se ter uma idéia em termos de qualificação quando a
FECLU foi montada na unistela houve a necessidade de contratar um professor
mestre de Goiânia, que vinha a cada 15 dias para ministrar aulas por que não
havia profissionais com essa qualificação no campus. Ao entrar na UEG para ser
professor, isso há 10 anos, durante muito tempo eu era o único mestre no
campus, não havia outro com essa titulação. Hoje o que nos temos são
profissionais bem qualificados, que compõem 50% do nosso quadro de mestres e
doutores. É um numero muito alto, e isso é bom para as avaliações externas,
pois possuem um peso positivo. Temos um professor mestre em Administração, o
que é algo raro na área, em Psicologia e Letras e vários professores de
Historia, lembrando também que há 5 doutores no campus.
7- Fabiana: Quais são os seus planos e projetos futuros para o campus?
Diretor Edson:
Esse ano é a conclusão do meu mandato como diretor, e eu quero terminar todos
os trabalhos que foram iniciados. Algumas coisas são muito caras para nós, como
um curso de especialização, por exemplo, que já se encontra na 5º unidade.
Temos projeto para abrir outro curso no final do ano, e trazer o curso de
mestrado para a Universidade, e eu deslumbro que se tem um horizonte próximo
para termos condições junto a CAPS, de pleitear esses cursos. Essa é a grande
marca que eu quero deixar está qualificação profissional para o campus. Já se
tem a conclusão do processo de doação do lote na parte de baixo da UEG que é a
Quale 40, que se encontrava burocraticamente parado há vários anos. No inicio
da gestão conseguimos fechar o processo, e o reitor deve assinar o contrato do lote
a qualquer momento o que para nós é uma segurança jurídica grande, pois será
destinada a construção de outro bloco para um local histórico no campus, que
hoje é a maior carência que nos temos um espaço reservado para a realização dos
nossos eventos. Outro projeto que queremos deixar encaminhado e a ampliação da biblioteca,
para se ter um melhor lugar para os alunos estudarem. Outro objetivo e cobrir a
quadra de esportes, construir arquibancadas, ter um bom espaço e de mais
qualidade para atender nosso alunado. Ampliar a participação da UEG na cidade
de Uruaçu, para isso contamos com a parceria da prefeitura para formação de
profissionais por meio do nosso projeto de extensão, com a aproximação da
sociedade civil para nos trazer benefícios. Temos o planejamento de um evento
de qualidade, a semana cultural que será realizada na terceira semana de
setembro. Haverá um show com um nome que tem representação nacional e um baile universitário
para os estudantes. Estamos trabalhando com muita dedicação para que tudo saia
bem. A UEG tem amadurecido muito academicamente os nossos alunos vem tendo um
grande destaque, é muito comum a noticia de que nossos ex-alunos passaram para
algum programa de mestrado ou doutorado. Isso mostra a qualidade da nossa
formação, que abre portas para os estudantes atuarem na docência do ensino
superior ou em outras atividades. A universidade tem avançado muito nesses
últimos anos, e temos muito para construir, alias um trabalho que só vai ganhar
corpo se tivermos união for algo coletivo, precisamos do apoio da comunidade
dos alunos, professores, dos políticos, da organização, da sociedade civil para
que a instituição avance e promova cada vez mais uma educação de qualidade. 70%
dos alunos da UEG são oriundos de escolas publicas, o que demonstra esta sendo uma
grande mola de desenvolvimento social que é fundamental para a soberania do
estado.
Entrevistas nesse sentido é de total importância para divulgar o câmpus e os cursos, assim como a importância da mesma para o desenvolvimento social e política da comunidade local e circunvizinha. Ademais, em alguns outros momentos, estaremos entrevistando mais pessoas com mais temáticas.
Autor: Fabiana Rodrigues
